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Ilha do presídio é tombada como patrimônio Histórico do Estado!

No final da tarde dessa terça-feira (30)  a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz participou do ato, junto ao governador Tarso Genro, que designou a Ilha das Pedras Brancas, ou ilha do Presídio como Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico do estado.

Estavam presentes também o secretário de Cultura Assis Brasil, e a secretária da Justiça e dos Direitos Humanos, Juçara Dutra Vieira.

A ilha das Pedras Brancas tem alta significância em termos históricos, políticos, culturais e ambientais, configura-se em um sítio arqueológico histórico. A paisagem da ilha resulta da complexidade de acontecimentos de origem natural e antrópica, através da acumulação da história (das histórias) e da diversidade de usos e símbolos aplicados sobre aquele espaço ao longo do tempo. Constitui-se em um lugar repleto de valores culturais: naturais, arqueológicos, arquitetônicos e históricos, o que justifica suas inscrições nos respectivos livros do tombo do patrimônio cultural do estado: histórico e arqueológico, etnográfico e paisagístico. O pedido de tombamento foi feito por várias entidades do município de Guaíba. O sítio tem potencial para tornar-se um centro cultural de pesquisa e educação ambiental.
Conforme o governador, o ato garante que o local, importante para a memória e a luta democrática dos gaúchos, seja preservado. “Mais que uma satisfação de homem público, para mim este é um momento de grande satisfação pessoal, pois vivi essa época e tive amigos perseguidos e presos na ilha. É uma recuperação importante de um espaço e da nossa memória, para que aqueles dias não se repitam nunca mais”, afirmou.

Atriz da “Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz”, Tânia Farias, falou da importância e da beleza do espaço, onde em 2011 o grupo teatral realizou o vídeo “Viúvas – Performance Sobre a Ausência”. O filme mostra mulheres que lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram ou foram mortos pela ditadura civil militar que se instalou em seu país. É uma alegoria sobre o que aconteceu nas últimas décadas na América Latina e representa a necessidade de manter viva a memória deste tempo de horror, para que não volte mais a acontecer.

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 ”Foi um trabalho importante para este momento que vivenciamos aqui hoje, pois mostramos através da arte um pouco do sofrimento e a dureza deste período de nossa história. Que a cultura, a arte e a democracia possam libertar esse lugar de todas as histórias tristes que lá tivemos”, observou Tânia.

Foto: Pedro Isaias Lucas

Também participaram do evento a diretora, em exercício, do Iphae, Alice Cardoso, a secretária de Turismo e Cultura  de Guaíba, Cláudia Borges, os representantes da ONG Amigos do Meio Ambiente (AMA) além da equipe técnica do Iphae.

Tombamento
O pedido oficial de tombamento histórico de um dos símbolos mais polêmicos da ditadura militar no Estado, os prédios da Ilha das Pedras Brancas, também conhecida como Ilha do Presídio ou Ilha da Pólvora, em Porto Alegre, foi um dos temas incluídos no relatório da Comissão Estadual da Verdade. A solicitação de tombamento foi feita por meio de ofício dirigido ao chefe do Executivo estadual em 31 de março deste ano.

 Na época, o governador acolheu a justificativa e determinou à Secretaria da Cultura a adoção dos procedimentos necessários para o tombamento da Ilha do Presídio. O pedido levou em consideração a utilização das instalações do local – hoje ameaçadas de destruição – durante as décadas de 1960 e 1970 como presídio político, para onde foram remetidos e mantidos presos mais de cem cidadãos, perseguidos por sua oposição e resistência aos governos ditatoriais.