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“Medeia Vozes” da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz estreia no 20º POA em Cena!

Foto: Pedro Isaias Lucas

A Tribo de Atuadores Ói Nóis qui Traveiz, no ano que completa 35 anos de trajetória, estreia a sua mais nova criação coletiva para teatro de vivência: “Medeia Vozes”. O espetáculo que parte do mito de Medeia, tem como principal referência o romance homônimo de uma das mais notáveis escritoras alemãs, Christa Wolf. O espetáculo será encenado dentro da programação do 20º Porto Alegre em Cena. As apresentações serão de 11 a 15 e de 18 a 22 de setembro, sempre às 19h30, na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186 – São Geraldo). Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz tem o patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobras.

Em MEDEIA VOZES, Christa Wolf toma uma versão antiga e desconhecida do mito, e nos traz uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. Por mais de dois mil anos, Medeia, uma das mais poderosas mulheres da mitologia grega, é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio e o envenenamento de Glauce, e é esta imagem que foi imposta à consciência ocidental que Wolf vem negar. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem.  

Medeia é uma mulher que está na fronteira entre dois sistemas de valor, corporizados respectivamente pela sua terra natal, e pela terra para a qual foge.  Ambas as sociedades, Corinto e Cólquida, apresentam na sua história um sacrifício humano fundamental, que serviu para a estabilização do poder patriarcal. Medeia é uma mulher que enxerga seu tempo e sua sociedade como são. As forças que estão no poder manifestam-se contra ela, chegando mesmo à perseguição e banimento, ela é um bode expiatório numa sociedade de vítimas.

A Medeia pacifista do Ói Nóis Aqui Traveiz demonstra a inutilidade de todo processo bélico. A encenação forma uma obra polifônica, onde, além das vozes dos personagens narradores do romance, somam- se vozes de mulheres contemporâneas como as revolucionárias alemãs Rosa Luxemburgo e Ulrike Meinhof, a somali Waris Diriiye, a indiana Phoolan Devi e a boliviana Domitila Chungara, que enfrentaram de diferentes maneiras a sociedade patriarcal em várias partes do mundo. 

Com a criação coletiva Medeia Vozes a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz dá continuidade ao Projeto Raízes do Teatro e segue uma linha de investigação sobre teatro ritual de origem artaudiana e performance contemporânea. Este projeto já trabalhou com mitos que resultaram nos espetáculos: Antígona Ritos de Paixão e Morte (1990), Missa para Atores e Público sobre a Paixão e o Nascimento do Doutor Fausto de Acordo com o Espírito de Nosso Tempo (1994) e Aos Que Virão Depois de Nós Kassandra In Process (2002).

FICHA TÉCNICA:

MEDEIA VOZES
Criação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz inspirada livremente no romance homônimo de Christa Wolf.
Roteiro, encenação, cenografia, figurinos e iluminação da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

Música: Johann Alex de Souza

Preparação Vocal: Leonor Melo

Atuadores: Tânia Farias, Paulo Flores, Clélio Cardoso, Marta Haas, Eugênio Barboza, Jorge Gil, Sandra Steil, Paula Carvalho, Roberto Corbo, Letícia Virtuoso, Mayura Matos, Luana da Rocha, Keter Atácia, Alex Pantera, Geison Burgedurf, Pascal Berten e Pedro Gabriel.

Operação de luz e som: Daniel Steil e Márcio Leandro.