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Último ensaio aberto do espetáculo Medeia Vozes

Foto: Pedro Isaias Lucas

No próximo sábado a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz realiza o último ensaio aberto do espetáculo de teatro de vivência “Medeia Vozes”. A apresentação será no sábado, dia 7 de setembro, às 19h30 na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186). Entrada Franca. Distribuição de senhas a partir das 19h. O espetáculo estreia no dia 11 de setembro, dentro da programação do 20º Porto Alegre em Cena. Mais informações pelo fone: 3028 13 58. 

A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz tem o patrocínio de manutenção da Petrobras.

O espetáculo que parte do mito de Medeia, tem como principal referência o romance homônimo de uma das mais notáveis escritoras alemãs, Christa Wolf. 

Em MEDEIA VOZES, Christa Wolf toma uma versão antiga e desconhecida do mito, e nos traz uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. Por mais de dois mil anos, Medeia, uma das mais poderosas mulheres da mitologia grega, é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio e o envenenamento de Glauce, e é esta imagem que foi imposta à consciência ocidental que Wolf vem negar. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem.  

A Medeia de Lodz
 
Tem um velha história
De uma mulher, chamada Medeia
Há mil anos ela chegou
Em uma praia estrangeira.
O homem que a amava
Levou ela para lá.
Ele disse: Você está em casa
Onde eu estou em casa.

Ela falava outra língua
Que as pessoas de lá
Para leite, pão e amor
Eles tinham uma outra palavra.
Ela tinha cabelo diferente
E seu caminhar era outro
Nunca se sentiu em casa
A olhavam desconfiados.

O que aconteceu com ela
Conta Eurípides
Seus coros poderosos cantam
De um julgamento antigo.
Só o vento sopra nas ruínas
Da cidade inóspita
E poeira são as pedras com que
Apedrejaram a estrangeira.

De repente ouvimos falar
Que em nossas cidades 
Se vêem Medeias novamente.
Entre bonde e carro e trem
Voltou a velha gritaria 
1934
Em nossa cidade de Berlim. 

Bertolt Brecht
(Tradução livre de Pascal Berten)