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Hoje (5/12) a mostra realiza um workshop às 14h na Casa Tá na Rua e às 20h, no mesmo local, acontece o Seminário Conexões para uma Arte Pública. O seminário conta com a presença de Amir Haddad (Tá na Rua), Paulo Flores (Ói Nóis Aqui Traveiz), Paulo Carvalho (Pombas Urbanas), Nil César (Grupo do Beco) e Rosyane Trotta (UNIRIO).
Sobre a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre)
Criada em 1978 com uma proposta radical de inovação da linguagem cênica, a Tribo desenvolve trabalhos nas áreas de criação, com teatro de rua e o “teatro de vivência”; na área da formação, com a Escola de Teatro Popular e o projeto “Teatro como instrumento de discussão social”, e também na área do compartilhamento, com a realização da Mostra e Festival Jogos de Aprendizagem. As publicações acerca de seu trabalho, o registro audiovisual dos espetáculos em DVD e a publicação semestral da Cavalo Louco – Revista de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, contribuem para a memória, uma vez que o grupo desenvolve importante trabalho há mais de 35 anos.
Para a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é um lugar de invenção e experimentação, um meio de transformação, de mudança de mentalidades, em nível social e também individual. Seu trabalho de investigação sobre a linguagem procura uma lógica diversa da cultura dominante, que provoque um estranhamento em relação à percepção usual de mundo e que seja expressão das contradições da sociedade na qual está inserido. Todo o projeto desenvolvido pelo grupo está diretamente relacionado com o seu centro de criação, a Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que ocupa lugar de destaque entre os espaços culturais do Estado, sendo igualmente apontada como uma referência de âmbito nacional. Na Terreira da Tribo funciona a Escola de Teatro Popular que além das oficinas, oferece para a cidade inúmeros seminários e ciclos de discussão sobre as artes cênicas, consolidando a ideia de uma aprendizagem solidária. A Terreira da Tribo, criada em 1984, sob o signo do teatro revolucionário de Antonin Artaud, abrigou desde a sua criação diversas manifestações culturais, além de oportunizar às pessoas em geral o contato com o fazer teatral.
Grupo Tá na Rua (Rio de Janeiro)
Desde 1980 sob a direção de Amir Haddad, o grupo Tá na Rua se apresenta em praças do centro e da periferia das cidades brasileiras. Sem tablado, sem cenário ou quaisquer recursos técnicos de espetacularidade, o grupo se baseia no contato direto entre a cena e o público, realizando a utopia de unir público e atores na comunhão de uma festa popular. "Venho trabalhando a ideia de que a cidade é por si teatral e dramática e que o teatro está impregnado dessas possibilidades de expressão. Ideia que me leva a procurar eliminar o máximo possível a diferença entre cidadão e artista, e a criar um espaço onde é possível a cidadania se manifestar artisticamente; a buscar não separar uma parte da cidade e colocar dentro de um edifício para que ela esteja ali simbolizada. Mas sim, a pensar toda a cidade como uma possibilidade teatral - ela é o espaço de representação, suas ruas e edifícios são a cenografia e os atores são os cidadãos”, afirma Haddad. “Cremos assim estar juntando o sagrado ao profano e procurando desta maneira tocar o coração do cidadão e despertar nele o sentido de religação das festas e celebrações, devolvendo ao teatro sua função pública social original quente e garantindo para ele um lugar num futuro imprevisível de realidades virtuais frias. Dessa maneira enxergamos o teatro como a possível arte do futuro, a única talvez que estará se mantendo dentro do propósito de fornecer ao ser humano espaço para o seu sentimento gregário e comunitário, contribuindo assim para a construção de uma nova cidade e uma nova sociedade onde as diferenças sociais e culturais poderão ser administradas e o sonho utópico da construção da "Cidade Feliz" possa ser retomado", complementa.
A Casa do Tá na Rua é uma manifestação teatral abrigada em um casarão histórico da Avenida Mem de Sá em frente à Lapa. Este espaço de lazer cultural é um ponto de encontro de diversas tribos. O Instituto Tá na Rua para as Artes, Educação e Cidadania tornou-se Ponto de Cultura em 2004 e dedica-se à criação artística, à pesquisa de linguagem e ao desenvolvimento de atividades de caráter pedagógico e de promoção da cidadania por meio da cultura.
Grupo do Beco (Belo Horizonte)
O Grupo do Beco, criado em 1995, trabalha com foco na pesquisa do cotidiano do morador da favela. Seus espetáculos teatrais buscam representar a vida no morro a partir das perspectivas de quem nele vive. Procuram também dialogar com outras referências que não os estigmas de violência e miséria. No ano de 2003 adquiriu sua sede própria, a Casa do Beco, com recursos obtidos por meio da Lei Estadual de Incentivo. Em 2010 o espaço passa a ser gerido por uma nova equipe, que foca seus esforços na formação de novos cidadãos com olhares sensibilizados pelo poder da arte, reforçando a ideia de que o teatro, atividade popular em sua origem mas elitizada em nossos tempos, seja acessível a todos os cidadãos.
Grupo Pombas Urbanas (São Paulo)
O grupo Pombas Urbanas nasceu em 1989 a partir do projeto “Semear Asas”, concebido pelo diretor Lino Rojas com objetivo de formar atores e técnicos para o teatro com jovens de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Com seu fazer teatral, o grupo busca reconhecer e expressar sua cidade e seu tempo. O processo de formação de atores parte do reconhecimento do ator sobre seu corpo e seus movimentos, da compreensão de suas histórias, suas raízes étnicas e culturais e do meio em que vive para desenvolver sua expressividade cênica. Com este processo, o grupo pesquisou de distintas maneiras a cidade de São Paulo, criou e montou seu repertório de 12 espetáculos de diferentes linguagens: de teatro de rua, para palco, público infantil, jovem e adulto.
Além da pesquisa e produção de espetáculos, o grupo sempre desenvolveu ações que aproximassem o Teatro de populações mais marginalizadas da cidade - dedicação coerente com a própria origem do grupo. Durante anos, esteve à procura de um espaço na zona leste de São Paulo, onde pudesse pesquisar, ensaiar e desenvolver um projeto teatral com jovens da região. Em janeiro de 2004, conseguiu a cessão de um galpão no bairro Cidade Tiradentes em regime de comodato por 20 anos. Desde então, o grupo promove no local um intenso processo teatral comunitário caracterizado pelo profundo vínculo entre artistas e comunidade.
O Centro Cultural Arte em Construção foi reconhecido como um Ponto de Cultura em 2005. A participação no Programa Cultura Viva possibilitou a estruturação física do galpão e contribuiu para o fortalecimento da formação artística que o Pombas Urbanas desenvolve junto à comunidade de Cidade Tiradentes. Mais que isso: integrou este espaço cultural comunitário às centenas de outros projetos culturais transformadores que são realizados em todo país.
Rosyane Trotta
É dramaturga, diretora de teatro e professora adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde desenvolve o projeto de pesquisa Dramaturgia Cênica.
Dedica-se também ao estudo sobre os sistemas de organização e de criação em grupo, tema da maioria dos seus escritos teóricos. Como pesquisadora publicou pela Hucitec, "Teatro e Estado", em parceria com Yan Michalski, em 1992.
É dramaturgista da Cia Marginal, que atua no Complexo da Maré, desde 2006.
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