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Retrospectiva 2014 - Ói Nóis!

No ano que passou a Tribo realizou diversas atividades, encontros, viagens, intercâmbios, apresentações e por isso, estaremos aqui relembrando com vocês os principais momentos do ano. Confira!

Logo no início de 2014, para abrir os caminhos, a Tribo recebeu mais de 150 pessoas na sua sede - a Terreira da Tribo - para o lançamento do livro “Ói Nóis Aqui Traveiz - Poéticas de Ousadia e Ruptura” e do documentário de Pedro Isaias Lucas “Raízes do Teatro”. A Tribo para celebrar este dia especial, presenteou os amigos que ali estavam com uma apresentação musical que continha em seu repertório diversas canções de espetáculos memoráveis da trajetória do grupo.


Ainda falando de celebrações, teve também a noite em que o Carnaval e o Teatro Popular entraram juntos na avenida. A Escola de Samba Império Serrano da cidade de Guaíba, homenageou o Ói Nóis no seu Carnaval 2014 com tema enredo “Ói Nóis Aqui Traveiz, os Atuadores da Paixão em visita ao Belo Monte – A Morada de Antônio Conselheiro”.


No ano em que o Brasil rememorou os 50 anos do Golpe Militar, o início de uma ditadura que seguiria por 21 anos, que mutilou uma nação e que causou um dos principais retrocessos na história do país, a Tribo lançou dois projetos: “Lembrar é resistir – 50 anos do Golpe Militar” que realizou apresentações do espetáculo de teatro de Rua “O Amargo Santo da Purificação” e da performance “Onde? Ação nº2” em Curitiba e em Porto Alegre, incluindo encontro com  estudantes e apresentações da performance nas principais universidades do RGS (UFRGS e PUC). E o segundo projeto lançado que abordou este tema foi o “Teatro e Memória - 50 anos do Golpe Militar” que compartilhou com 8 cidades do Rio Grande do sul uma programação que contou com: workshop, palestra, desmontagem, performance, filme e apresentação de espetáculo de teatro.



O espetáculo de Teatro de Rua “O Amargo Santo da Purificação” que conta a história do revolucionário Carlos Marighella, também foi apresentado em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, dentro do Festival SESC de Inverno no RJ.






Já a performance “Onde? Ação nº2” participou do encontro Teia Nacional da Diversidade 2014 em NATAL/RN, e performou sobre a ausência em um dos maiores circuitos de teatro da América Latina, sendo apresentada em 12 cidades, de norte a sul na Argentina.



Este ano a Tribo também pode receber na sua sede a Cia Caixa de elefante (POA), com o seu espetáculo de teatro de bonecos “Ensaio sobre o Tempo”, e o grupo Contadores de Mentira (Suzano/SP), com dois espetáculos, “Curra – Temperos sobre Medeia” e “O incrível homem pelo avesso”.





Falando um pouco também das mostras pedagógicas, tivemos uma temporada com casa lotada da encenação “Minha Cabeça era Uma Marreta” (trabalho realizado pelos alunos da Oficina para Formação de atores 2011-2013, atual grupo Rito).



E também tivemos apresentação do exercício cênico “Os Sinos da Candelária”, apresentado na Terreira da Tribo no dia em que a Chacina da Candelária completava 21 anos, fato este que consternou o mundo civilizado e encheu de vergonha os muitos brasileiros que não compactuam com este tipo de bestialidade.


Ainda sobre o trabalho pedagógico, o Ói Nóis iniciou um projeto que em longo prazo - se houver incentivo e interesse público - poderá mudar a paisagem cultural escolar, chamado Mais Cultura nas Escolas. Ao longo do segundo semestre do ano passado e com segmento ainda este ano, o grupo irá realizar uma residência artística em duas escolas, que são: a Escola Municipal Max Oderich em Canoas e a Escola Estadual Tolentino Maia em Viamão, possibilitando assim o contato de alunos, professores e comunidade escolar em todas as atividades culturais desenvolvidas pelo projeto.

No que compete a cinema e audiovisual a Tribo também teve dois momentos marcantes neste ano que passou. Um deles foi o lançamento do Projeto Ensaio Aberto Brasil, que realizou um programa voltado para TV, com a proposta de fazer uma reflexão sobre a arte popular e as formas de manifestação que permeiam a pesquisa do Ói Nóis Aqui Traveiz.

Click na imagem abaixo e assista Ensaio Aberto Brasil - Ói Nóis

E o segundo foi uma Mostra de cinema com todos os dvd’s do selo Ói Nóis na Memória, em parceria com o Cine Bancários em Porto Alegre. A mostra que durou 3 dias, recebeu alunos da rede estadual, o público de teatro que costuma frequentar os trabalhos do Ói Nóis, o público de cinema do Cine Bancários  e os demais porto-alegrenses que também puderam conhecer esta outra vertente de trabalho da Tribo.

E ainda falando do Selo Ói Nóis na Memória a partir de 2014, todo o material do selo está disponível para venda em todo país, através do site da Livraria Cultura. Confira!







Tivemos também o início da oitava turma da Oficina para Formação de Atores na Terreira da Tribo e uma calorosa temporada do premiado espetáculo de vivência Medeia Vozes!







A atuadora Tânia Farias apresentou a desmontagem “Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência” no Festival Aldeia do Velho Chico em Petrolina, no 21º FESTIVAL ISNARD AZEVEDO em Florianópolis,  e realizou vivência artística com o Grupo Vilavox na Bahia. E o atuador Paulo Flores participau do IV CONGRESSO INTERNACIONAL SESC-PE E UFPE DE ARTE/EDUCAÇÃO.


E já no finalzinho do ano a Tribo realizou um dos projetos mais relevantes na contribuição para a reflexão sobre a Arte Pública no país, o MOVIDA – Conexões para uma Arte Pública. O projeto foi um grande encontro com os grupos Tá Na Rua no Rio de Janeiro, Grupo do Beco em Belo Horizonte e o com o grupo Pombas Urbanas em São Paulo. Durante 3 semanas intensas de debates, apresentações e oficinas se investigou o que significa fazer Arte Pública no Brasil.

Tivemos ainda a exposição “Ato Imersão” Um olhar das artistas Lala Gheller e Carla Meyer sobre o trabalho e a pesquisa de 36 anos da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, no Qoppa em Canoas.















E para finalizar, pensar na trajetória da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, é também pensar no desenvolvimento cultural e político de Porto Alegre. Ao longo de sua história o Ói Nóis sempre esteve ligado as mais diversas pautas de cunho popular, propondo reflexões através de sua arte, e cobrando da sociedade civil e do poder estabelecido, respostas para os assuntos de interesse comum. 
E nesse sentido, em 2014, Porto Alegre, a arte e a população brasileira deram mais um passo com relação à busca pela verdade e justiça no nosso país. Menos de um mês após a Comissão Nacional da Verdade anunciar o seu primeiro relatório oficial sobre os crimes cometidos durante os anos de horror da ditadura militar, a Ilha das Pedras Brancas, também conhecida como Ilha do Presídio - situada no Rio Guaíba, entre as cidades de Porto Alegre e Guaíba - foi tombada como Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico do Estado.

A Tribo que reavivou a discussão sobre este espaço de memória esquecido no tempo, apresentando lá “Viúvas – Performance sobre a ausência” - que falava sobre os desaparecidos políticos na América Latina - esteve presente na cerimônia de tombamento, junto ao governador do Estado, no Palácio Piratini em Porto Alegre.

Evoé! Que venha 2015!