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Neste
domingo, dia 8 de julho, às 15 horas, no Parque da Redenção
(próximo do Monumento ao Expedicionário) a Tribo de Atuadores Ói
Nóis Aqui Traveiz volta a encenar a sua última criação de Teatro
de Rua “Caliban - A Tempestade de Augusto Boal”. Na próxima
semana a Tribo viaja para São Paulo onde apresenta “Caliban” no
Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto além de
participar de um circuito nas cidades de Presidente Prudente e Bauru
numa promoção do SESC/SP.
Impulsionada
pela ideia de que “somos todos Caliban” a Tribo de Atuadores Ói
Nóis Aqui Traveiz criou a encenação para Teatro de Rua “Caliban
– A Tempestade de Augusto Boal”. A encenação analisa
criticamente a “tempestade” conservadora que hoje sofre a América
Latina, e especialmente o grande retrocesso nos direitos sociais e na
luta pela autonomia econômica, política e cultural que vivemos no
Brasil. Momento fecundo para retomar Caliban enquanto representante
das opressões advindas deste encontro colonial, colocando em foco o
discurso de resistência evidenciado nesta figura. Agora Caliban não
é mais somente o colonizado. Ele é a representação dos oprimidos
de toda sorte que residem neste país chamado Brasil. Para o Ói Nóis
Aqui Traveiz encenar “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal” é
gerar outros discursos, histórias e narrativas, produzir e
reconhecer outros lugares de enunciação. Caliban é a reivindicação
da legitimidade do “diferente”. Caliban é símbolo da identidade
latino-americana e da resistência ao neo-colonialismo.
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Foto Fabiano Ávila |
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Foto Pedro Isaias Lucas |
Na “era
Trump”, em que estamos vivendo, a política do ódio e da
intolerância se espalha por toda parte, disseminando o xenofobismo,
o racismo, a misoginia e a homofobia. Quando no nosso país, a
democracia é golpeada e se instala no poder um governo ilegítimo, é
imprescindível para o Ói Nóis Aqui Traveiz estar nas ruas. A
Tribo, sem trair a sua vocação artística, quer com o seu Teatro de
Rua instaurar a alegria e a indignação nos seus milhares de
espectadores. Como em todo bom teatro político, o público deve
perceber que os símbolos da obra remetem à realidade, para
despertar neles – emotiva e racionalmente – uma resposta crítica
fora da ficção. Para seduzir o público anônimo e passageiro das
ruas das cidades, a criação coletiva do Ói Nóis Aqui Traveiz
investe em um movimento de cena dinâmico com personagens
excêntricos, utilizando adereços e figurinos impactantes com
máscaras e bonecos. A narração é toda contagiada pela música, o
canto e a dança. Mesclando os movimentos do coro com ações
acrobáticas, cenas de humor irreverente e personagens clownescos com
uma narrativa épica, “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal”
reflete alegoricamente a nossa sociedade.
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