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domingo, dia 26 de agosto, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui
Traveiz volta a encenar 'Caliban – A Tempestade de Augusto Boal'
em Porto Alegre, no Parque da Redenção, às 15 horas, próximo ao
Monumento ao Expedicionário. Em caso de chuva a apresentação fica
transferida para a segunda-feira, dia 27 no mesmo horário, no Largo
Glênio Peres, ao lado do Mercado Público
Em
setembro o Ói Nóis Aqui Traveiz estará participando de importantes
Festivais de Teatro em diferentes regiões do país: do Festival
Internacional Latino Americano de Teatro da Bahia em Salvador, do
MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas em Santos e
Baixada Santista, e do Vigéssimo Festival Isnard Azevedo em
Florianópolis, além de apresentações da Desmontagem
Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência e
Caliban – A
Tempestade de Augusto Boal em
Campinas e São Paulo em circuíto promovido pelo SESC/SP.
O
diretor e dramaturgo Augusto Boal (1931-2009), conhecido mundialmente
pelos princípios e as técnicas do Teatro do Oprimido, escreveu a
sua versão de “A Tempestade” , afirmando que a peça é uma
resposta ao clássico de Shakespeare. Escrita enquanto Boal estava no
exílio, em 1974, período em que os movimentos sociais
latino-americanos sofriam uma grande derrota frente ao imperialismo
estadunidense e eram terrivelmente reprimidos pelas ditaduras
civil-militares. Na versão de Boal a história é vista pela
perspectiva de Caliban, metáfora dos seres humanos originários da
América que foram dizimados e escravizados pelos invasores
colonizadores representados pelo personagem Próspero. O duque de
Milão é tão perverso quanto os nobres europeus que usurparam o seu
poder. Todos representam a violenta dominação colonial e cultural.
Sua filha Miranda e o príncipe de Nápoles, Fernando, fazem uma
aliança não por amor como na peça de Shakespeare, mas sim por
interesses capitalistas. Ariel, o “espírito do ar”, representa o
artista alienado, mescla de escravo e mercenário a serviço da ordem
constituída. Somente Caliban se revolta até ser finalmente,
derrotado. Os vilões permanecem na “ilha tropical” para
escraviza-lo. Mesmo escravo, Caliban resiste
A
Tribo, sem trair a sua vocação artística, quer com o seu Teatro de
Rua instaurar a alegria e a indignação nos seus milhares de
espectadores. Como em todo bom teatro político, o público deve
perceber que os símbolos da obra remetem à realidade, para
despertar neles – emotiva e racionalmente – uma resposta crítica
fora da ficção. Para seduzir o público anônimo e passageiro das
ruas das cidades, a criação coletiva do Ói Nóis Aqui Traveiz
investe em um movimento de cena dinâmico com personagens
excêntricos, utilizando adereços e figurinos impactantes com
máscaras e bonecos. A narração é toda contagiada pela música, o
canto e a dança. Mesclando os movimentos do coro com ações
acrobáticas, cenas de humor irreverente e personagens clownescos com
uma narrativa épica, “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal”
reflete alegoricamente a nossa sociedade.
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