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Nesta
quarta-feira, dia 12 de dezembro, às 20 horas, será o lançamento
da 18a. Edição da CAVALO LOUCO Revista de Teatro da Tribo de
Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, na Sala Álvaro Moreyra (Centro
Municipal de Cultura). No lançamento acontecerá o ensaio musical
“Violeta Parra Uma Atuadora” com Tânia Farias e Mário Falcão,
com entrada franca. A Revista tem distribuição gratuita e o
lançamento faz parte de “Uma Celebração de 40 anos de Utopia,
Paixão e Resistência”, que conta com o patrocínio da Fruki
através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, e do apoio do Porto Alegre em Cena da Secretaria da
Cultura/POA.
A edição é um número
especial que celebra os quarenta anos da Tribo de Atuadores Ói Nóis
Aqui Traveiz. A Revista que nasceu como semestral em 2006 e nos
últimos anos passou a ser anual, devido às dificuldades crescentes
que o Ói Nóis Aqui Traveiz assim como todos os grupos de teatro vem
vivendo no Brasil. Mas para a Tribo manter esta publicação viva é
mais uma forma de resistir a esta onda conservadora e reafirmar o
pensamento crítico na luta pela democratização do teatro.
Este número traz uma
reflexão sobre a trajetória de quarenta anos através de olhares
diversos colaboradores. A seção Especial traz o ensaio O
teatro épico-ritual da trupe de atuadores
Ói Nóis Aqui
Traveiz de
Alexandre Villibor Flory que analisa dialeticamente a fusão que a
Tribo realiza entre o teatro político de Brecht e o teatro ritual de
origem artaudiana. Valmir Santos na seção Crítica se debruça
sobre a encenação “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal”.
No artigo Ói Nóis
Aqui Traveiz: sobre Pedras, Manifestos e Antropofagia,
Sidnei Cruz, a partir do Manifesto de criação do grupo, faz
apontamentos da história do pensamento anarquista na política e na
arte. A Revista trás ainda o olhar de Fábio Prikladnicki sobre o
processo de trabalho do atuador, a história das públicações
editadas pelo Ói Nóis em texto de Edélcio Mostaço e um estudo de
Luana Garcia sobre Caliban com ênfase na dramaturgia. A atuadora
Marta Haas, por meio do pensamento de teóricos contemporâneos,
reflete sobre o teatro de vivência e o teatro da crueldade de
Artaud, e o atuador Pascal Berten nos conta sobre a última edição
do Festival de Teatro Popular: Jogos de Aprendizagem e a sua
importância para a nossa cidade. E na última página uma poesia
sobre a paixão pelo teatro e pelo coletivo da Tribo da atuadora
Tânia Farias.
Fundamentado nos
princípios de solidariedade, autogestão e anarquismo o Ói Nóis
Aqui Traveiz surgiu de forma avassaladora em 1978. Viviam-se ainda os
anos de intolerância e repressão policial da ditadura civil-militar
que se instalara no Brasil em abril de 1964. O grupo nascia com a
ideia de um teatro concebido fora dos padrões convencionais.
Estruturado como coletivo autônomo o Ói Nóis Aqui Traveiz começou
a desenvolver a sua expressão a partir da criação coletiva, do
contato direto entre atores e espectadores e do uso do corpo em
oposição ao primado da palavra. A atualidade dos atuadores está em
sua constante investigação artística, que alia o trabalho formal
com a reflexão social. Nesse grave momento que o nosso país vive,
no qual novamente a sombra do fascismo paira sobre os brasileiros, o
Ói Nóis Aqui Traveiz reafirma as suas ideias e práticas coletivas.
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