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Foto: Pedro Isaias Lucas |
“Meierhold”,
a nova encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui
Traveiz, entra em sua terceira semana da temporada, sempre de quintas
aos sábados, às 20 horas, na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont
1186), com ingressos a R$ 40,00 (
Ingressos
antecipados no Meme Santo de Casa - rua Lopo Gonçalves, 176 - fone
30192595 e no StúdioClio - rua José do Patrocínio, 698 – fone
32547200, além da Terreira da Tribo).
“Meierhold”
é uma adaptação livre de “Variaciones Meyerhold” do
dramaturgo, ator e psicanalista argentino Eduardo Pavlovsky. No
centro da encenação o célebre ator, diretor e teórico russo –
Meierhold – cujo discurso inovador e revolucionário o transformou
em um dos maiores pensadores do teatro mundial. Ao completar o seu
quadragéssimo ano de trajetória a Tribo homenageia dois Mestres da
cena contemporânea e do teatro latino-ameriacano: Meierhold e
Pavlovsky. A encenação realiza temporada até 22 de dezembro.
“Meierhold” mostra o encenador
russo num tempo fora da realidade, póstumo, como um espectro que
reflete sobre o seu discurso artístico e os relaciona com momentos
dramáticos de sua trajetória pessoal, sujeito ao cárcere, tortura
e humilhações até o seu brutal assassinato pelas autoridades da
Russia stalinista. Na encenação estruturada em fragmentos,
Meierhold passa de pensamentos em voz alta a relatos e diálogos
imaginários com diferentes interlocutores, como com a sua amada, a
atriz Zinaida Reich, também assassinada tragicamente.
A história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos
sobre o momento e o lugar em que vivemos. A dinâmica da encenação
busca perguntar aos espectadores como Meierhold nos afeta e nos
comove no sombrio Brasil de hoje.
A densidade dramática, social e
psicológica da encenação provoca emoção, surpresas,
questionamentos. É a reiteração poética de que devemos mais do
que nunca ser utópicos. E a “imaginação criadora” é uma das
condições para abrir perspectivas, esperanças de oxigenação para
o futuro. O teatro é o espaço do humano em cena. É um ato de
presença a partir do qual pessoas, audácias, invenções,
imaginações, riscos e insubordinações podem se entrelaçar para
escapar da homogeneização. Vivemos um tempo de identidades
fragmentadas e de éticas fraturadas. Indivíduos sem história e sem
memória, a ênfase no individualismo exacerbado compõe a trama
social que favorece a criação de novas e avançadas “máquinas
repressoras do futuro”. Daí a importância de afirmar sempre a
necessidade de resistir e de alimentar ideais.
INGRESSOS DISPONÍVEIS AQUI
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