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“Meierhold”,
a nova encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui
Traveiz, entra em sua última semana desta temporada, de quinta a
sábado, às 20 horas, na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont
1186), com ingressos a R$ 40,00
(
Ingressos
antecipados no Meme Santo de Casa - rua Lopo Gonçalves, 176 - fone
30192595 e no StúdioClio - rua José do Patrocínio, 698 – fone
32547200, além da Terreira da Tribo – fone 30281358).
“Meierhold”
é uma adaptação livre de “Variaciones Meyerhold” do
dramaturgo, ator e psicanalista argentino Eduardo Pavlovsky. No
centro da encenação o célebre ator, diretor e teórico russo –
Meierhold – cujo discurso inovador e revolucionário o transformou
em um dos maiores pensadores do teatro mundial. “Meierhold”
mostra o encenador russo num tempo fora da realidade, póstumo, como
um espectro que reflete sobre o seu discurso artístico e os
relaciona com momentos dramáticos de sua trajetória pessoal,
sujeito ao cárcere, tortura e humilhações até o seu brutal
assassinato pelas autoridades da Rússia stalinista.
Foto: Tânia Farias |
Na encenação estruturada em fragmentos,
Meierhold passa de pensamentos em voz alta a relatos e diálogos
imaginários com diferentes interlocutores, como com a sua amada, a
atriz Zinaida Reich, também assassinada tragicamente.
A história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos
sobre o momento e o lugar em que vivemos. A dinâmica da encenação
busca perguntar aos espectadores como Meierhold nos afeta e nos
comove no sombrio Brasil de hoje.
A densidade dramática, social e
psicológica da encenação provoca emoção, surpresas,
questionamentos. É a reiteração poética de que devemos mais do
que nunca ser utópicos. E a “imaginação criadora” é uma das
condições para abrir perspectivas, esperanças de oxigenação para
o futuro. O teatro é o espaço do humano em cena. É um ato de
presença a partir do qual pessoas, audácias, invenções,
imaginações, riscos e insubordinações podem se entrelaçar para
escapar da homogeneização. Vivemos um tempo de identidades
fragmentadas e de éticas fraturadas. Indivíduos sem história e sem
memória, a ênfase no individualismo exacerbado compõe a trama
social que favorece a criação de novas e avançadas “máquinas
repressoras do futuro”. Daí a importância de afirmar sempre a
necessidade de resistir e de alimentar ideais.
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