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Meierhold em nova temporada

Meierhold”, a nova encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, depois do sucesso de público na primeira temporada em dezembro, está em cartaz na Terreira da Tribo até o dia 22 de fevereiro, com apresentações nas quintas e sextas-feiras, às 20 horas. Os ingressos a R$ 40,00 e R$ 20,00 podem ser adquiridos de forma antecipada via on line na plataforma Sympla (com taxas) e na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186).




Meierhold” é uma adaptação livre de “Variaciones Meyerhold” do dramaturgo, ator e psicanalista argentino Eduardo Pavlovsky. No centro da encenação o célebre ator, diretor e teórico russo – Meierhold – cujo discurso inovador e revolucionário o transformou em um dos maiores pensadores do teatro mundial. A encenação de “Meierhold” reflete sobre o seu discurso artístico e os relaciona com momentos dramáticos de sua trajetória pessoal, envolvendo o público em uma discussão sobre o próprio papel da arte e a função do artista.

Na encenação estruturada em fragmentos, Meierhold passa de pensamentos em voz alta a relatos e diálogos imaginários com diferentes interlocutores, como com a sua amada, a atriz Zinaida Reich, também assassinada tragicamente. A partir da pesquisa das formas cênicas populares, como o teatro de feira e o circo, e o estudo da Commedia dell'Arte e dos teatros do extremo oriente, Meierhold desenvolveu uma prática de domínio completo corporal e vocal do ator. Para Meierhold, o corpo tem um poder de significação muito maior que a palavra. Propõe a quebra da dicotomia corpo-cérebro com um treinamento global que envolve o ator como um todo e que serviu de base para a construção da biomecânica. A relação entre plateia e palco foi o centro das suas experiências teatrais. Quebrando a ilusão criada pela cena naturalista, Meierhold promoveu uma revolução no modo de interpretação do ator. “Teatralizou” o teatro amplificando-o enquanto jogo. O que chamou de Teatro da Convenção Consciente. A história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos sobre o momento e o lugar em que vivemos. A dinâmica da encenação do Ói Nóis Aqui Traveiz busca perguntar aos espectadores como Meierhold nos afeta e nos comove no sombrio Brasil de hoje. 
A densidade dramática, social e psicológica da encenação provoca emoção, surpresas, questionamentos. É a reiteração poética de que devemos mais do que nunca ser utópicos. E a “imaginação criadora” é uma das condições para abrir perspectivas, esperanças de oxigenação para o futuro. O teatro é o espaço do humano em cena. É um ato de presença a partir do qual pessoas, audácias, invenções, imaginações, riscos e insubordinações podem se entrelaçar para escapar da homogeneização. Vivemos um tempo de identidades fragmentadas e de éticas fraturadas. Indivíduos sem história e sem memória, a enfâse no individualismo exacerbado compõe a trama social que favorece a criação de novas e avançadas “máquinas repressoras do futuro”. Daí a importância de afirmar sempre a necessidade
de resistir e de alimentar ideais.