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Estamos
com uma campanha de financiamento coletivo e permanente para a
manutenção da Terreira da Tribo, através de uma plataforma online
que se chama Benfeitoria.
Tu
tens que acessar o link www.benfeitoria.com/terreiradatribo
Ali
tu tens que te cadastrar na plataforma e é só seguir os passos.
Funciona como uma assinatura mensal.
A Terreira da Tribo de
Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz é hoje um dos principais centros de
investigação cênica do país. Foi criada em 1984 no bairro Cidade
Baixa em Porto Alegre, RS. Em 1999, por conta da especulação
imobiliária, mudou-se para o bairro Navegantes, onde foi constituída
a Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo. Em 2009, mais uma
vez por conta da especulação imobiliária, trocou de endereço para
o bairro São Geraldo, onde permanece até hoje. E é nessa sede que
a Terreira da Tribo celebrará seus 35 anos de existência em 2019.
Desde o seu surgimento, ocupa lugar de destaque entre os espaços
culturais do estado do RS, sendo igualmente apontada como referência
também no âmbito nacional. É o espaço físico e telúrico de
experimentação cênica, criação independente e autônoma do grupo
de teatro Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. O coletivo, por
sua vez, há 41 anos compartilha sua pesquisa e investigação na
linguagem teatral, aprimorando o trabalho estético sem perder o
compromisso ético e a coerência ideológica.
Além de ser o espaço
sede do grupo, a Terreira é também o Teatro onde o mesmo realiza
suas encenações de "Teatro de Vivência" (linguagem
desenvolvida pelo grupo que requer um espaço próprio para a
interferência criativa). Bem como é palco para outras encenações
do próprio grupo e de mostras pedagógicas com exercícios cênicos
que o grupo orienta. Desde 2010 também é palco de importantes
grupos de teatro nacionais e latino-americanos que passaram pela
Terreira da Tribo e pela cidade por meio do projeto Festival de
Teatro Popular - Jogos de Aprendizagem, também promovido pelo Ói
Nóis. O espaço ainda armazena o acervo de todo material produzido
nos 41 anos de trajetória do grupo. Trata-se de um vasto acervo que
contém figurinos, adereços, bonecos, cenografias, fotografias,
reportagens de jornais e material audiovisual. Vasto material de
pesquisa que compõe sua história e narra uma parte da história do
Teatro Brasileiro. Além de contar com uma rica biblioteca aberta ao
público.
O Ói Nóis Aqui
Traveiz tem na sua essência o compartilhamento e a difusão do seu
trabalho, porque acredita no teatro como um instrumento de análise
da realidade cuja função social é contribuir para o conhecimento
dos homens e o aprimoramento da sua condição. Transformou sua sede
em um Centro Cultural e uma reconhecida Escola de Teatro. É na
vertente pedagógica que o grupo desenvolve diferentes oficinas
direcionadas à formação de novos atuadores. Dessa forma, acontecem
na Terreira da Tribo oficinas de longa duração e oficinas
permanentes, tais como: “Formação de Atores”, “Teatro
Ritual”, “Teatro de Rua - Arte e Política”, “Teatro Livre”
e “Teatro Como Instrumento de Discussão Social”. Esta última
estende-se a outros bairros da cidade e cidades vizinhas, ocupando
outros espaços que funcionam como ramificações da Terreira da
Tribo. Todas as oficinas são oferecidas gratuitamente à população.
Esse trabalho pedagógico já formou e segue formando não somente
artistas, mas grupos de teatro inteiros pela cidade. Além, claro, de
influenciar outros tantos espalhados pelo país por onde o grupo
passou.
Por ter como
característica desde o princípio o compartilhamento e por se
destinar a ser um ponto de aglutinação de pessoas e profissionais
dos mais diversos segmentos e diferentes áreas artísticas, a
Terreira da Tribo em 2014 foi reconhecida pelo Governo Federal como
Ponto de Cultura. No entanto, este espaço de resistência cultural
está ameaçado. Há quase uma década, o grupo luta para
restabelecer a Terreira da Tribo de volta ao bairro de origem, com
prédio próprio em terreno público, sem precisar pagar seus dois
alugueis atuais, pois além da sede o grupo precisa manter um
depósito no qual fica guardado parte de seu acervo.
Como os tempos são
difíceis e bem sabemos que as perspectivas não são as melhores,
buscamos um apoio público e coletivo para realizar esse trabalho
público e coletivo, cujo alcance chega a uma população que por sua
carência econômica nem sempre tem acesso aos bens culturais. Então,
esse lugar que há 35 anos existe de forma autônoma – no qual a
manutenção é realizada coletivamente por meio da doação de tempo
e força de trabalho de muitas e muitos atuadores – precisa da
colaboração de todas e todos para continuar (re)existindo. Um
espaço que possibilita o encontro entre pessoas que se reconhecem e
alimentam a ideia de outro mundo possível, onde as relações são
calcadas no respeito mútuo e a liberdade criativa impera. A Terreira
da Tribo precisa do apoio de todas e todos, mais do que nunca.
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