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“Meierhold”, a nova
encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz,
continua em temporada até 13 de abril. Quintas, sextas e sábados,
às 20 horas, na Terreira da Tribo. “Meierhold”
recebeu indicação ao prêmio Açorianos 2018 para melhor
espetáculo, melhor ator (Paulo Flores), melhor atriz coadjuvante
(Keter Velho) e para melhor iluminação (Clélio Cardoso). Os
ingressos a R$ 40,00 e R$ 20,00 podem ser adquiridos de forma
antecipada via on
line na plataforma Sympla (com taxas) e na Terreira da Tribo (rua
Santos Dumont, 1186).
“Meierhold”
é uma adaptação livre de “Variaciones Meyerhold” do
dramaturgo, ator e psicanalista argentino Eduardo Pavlovsky. No
centro da encenação o célebre ator, diretor e teórico russo –
Meierhold – cujo discurso inovador e revolucionário o transformou
em um dos maiores pensadores do teatro mundial.
A
encenação de “Meierhold”
reflete
sobre o seu discurso artístico e os relaciona com momentos
dramáticos de sua trajetória pessoal, envolvendo o público em uma
discussão sobre o próprio papel da arte e a função do artista.
Na encenação
estruturada em fragmentos, Meierhold passa de pensamentos em voz
alta a relatos e diálogos imaginários com diferentes
interlocutores, como com a sua amada, a atriz Zinaida Reich, também
assassinada tragicamente.
A
partir da pesquisa das formas cênicas populares, como o teatro de
feira e o circo, e o estudo da Commedia dell'Arte e dos teatros do
extremo oriente, Meierhold desenvolveu uma prática de domínio
completo corporal e vocal do ator. Para Meierhold, o corpo tem um
poder de significação muito maior que a palavra. Propõe a quebra
da dicotomia corpo-cérebro com um treinamento global que envolve o
ator como um todo e que serviu de base para a construção da
biomecânica. A relação entre plateia e palco foi o centro das suas
experiências teatrais. Quebrando a ilusão criada pela cena
naturalista, Meierhold promoveu uma revolução no modo de
interpretação do ator. “Teatralizou” o teatro amplificando-o
enquanto jogo. O que chamou de Teatro da Convenção Consciente. A
história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos
sobre o momento e o lugar em que vivemos. A dinâmica da encenação
do Ói Nóis Aqui Traveiz busca perguntar aos espectadores como
Meierhold nos afeta e nos comove no sombrio Brasil de hoje.
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