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PROGRAMAÇÃO
“Caliban – A Tempestade de Augusto Boal” – dias 31 de março e 7 de abril, às 16h, no Parque da Redenção
O Ói Nóis Aqui Traveiz traz este clássico de Shakespeare para a rua e para o exame crítico, lançando mão da adaptação feita por Augusto Boal, nos anos 70, para criticar o retrocesso nos direitos sociais do Brasil de hoje. A narrativa é vista pela perspectiva de Caliban, metáfora dos povos originários da América, que foram dizimados pelos colonizadores, simbolizados na figura de Próspero. A Tribo, sem trair a sua vocação artística, quer com o seu Teatro de Rua instaurar a alegria e a indignação nos seus milhares de espectadores. Como em todo bom teatro político, o público deve perceber que os símbolos da obra remetem à realidade, para despertar neles – emotiva e racionalmente – uma resposta crítica fora da ficção. Para seduzir o público anônimo e passageiro das ruas das cidades, a criação coletiva do Ói Nóis Aqui Traveiz investe em um movimento de cena dinâmico com personagens excêntricos, utilizando adereços e figurinos impactantes com máscaras e bonecos. A narração é toda contagiada pela música, o canto e a dança. Mesclando os movimentos do coro com ações acrobáticas, cenas de humor irreverente e personagens clownescos com uma narrativa épica, “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal” reflete alegoricamente a nossa sociedade.
“Onde? Ação nº 2” – dia 1 de abril, às 12h, na Esquina Democrática
A performance, de forma poética, provoca reflexões sobre o nosso passado recente e as feridas ainda abertas pela ditadura militar. A ação performática se soma ao movimento de milhares de brasileiros que exigem que o governo federal proceda a investigação sobre o paradeiro das vítimas desaparecidas durante o regime militar, identifique e entregue os restos mortais aos seus familiares e aplique efetivamente as punições aos responsáveis. A performance visa atualizar o debate sobre as implicações e consequências deste episódio para a história nacional.
“Viúvas – Performance Sobre a Ausência – dia 1 de abril, às 20h, na Terreira da Tribo
Filme de Pedro Isaias Lucas que registra o espetáculo da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, apresentado em 2011 na Ilha do Presídio (Ilha das Pedras Brancas). O filme mostra mulheres que lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram e foram mortos pela ditadura civil militar que se instalou em seu país. A utilização deste espaço não-convencional para a encenação pretendeu estabelecer uma relação entre os sentidos do trabalho sobre o imaginário e a história recente da América Latina e as referências simbólicas, o registro emocional, os elementos de memória e o caráter institucional da Ilha do Presídio. Após o filme haverá um debate com Paulo de Tarso Carneiro, ex-preso político.
“Desmontagem – Evocando os Mortos Poéticas da Experiência” – dia 2 de abril, às 20h, na Terreira da Tribo
A desmontagem refaz o caminho da atuadora Tânia Farias na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de Gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação da Tribo. Desvelando os processos de criação de diferentes personagens, criadas entre 1999 e 2011, Tânia Farias deixa ver quanto as suas vivências pessoais e do coletivo Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz atravessam os mecanismos de criação. Através da ativação da memória corporal, a atuadora faz surgir e desaparecer as personagens, realizando uma espécie de ritual de evocação de seus mortos para a compreensão dos desafios de fazer teatro nos dias de hoje.
“Meierhold” - dias 4, 5 e 6 de abril, às 20h, na Terreira da Tribo
A nova encenação coletiva da Tribo parte da livre adaptação da peça da chamada dramaturgia de “micropolítica de resistência” do argentino Eduardo Pavlovski “Variaciones Meyerhold” (2005). “Meierhold” mostra o encenador russo num tempo fora da realidade, póstumo, como um espectro que reflete sobre o seu discurso artístico e os relaciona com momentos dramáticos de sua trajetória pessoal, sujeito ao cárcere, tortura e humilhações até o seu brutal assassinato pelas autoridades da Russia stalinista. Na encenação estruturada em fragmentos, Meierhold passa de pensamentos em voz alta a relatos e diálogos imaginários com diferentes interlocutores, como com a sua amada, a atriz Zinaida Reich, também assassinada tragicamente. O espetáculo utiliza-se de diferentes linguagens e recursos, inclusive audiovisuais, fragmentos de poesias surrealistas e cenografia construtivista que remete à utilizada pelo próprio Meierhold. A história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos sobre o momento e o lugar em que vivemos.
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