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Nesta
segunda-feira, dia 27 de maio, o Cineclube da Terreira da Tribo exibe
o filme “A Vida de Galileu” de Joseph Losey, seguido de debate
com a professora doutora Paulina Nólibos, dentro da mostra Cinema
e Teatro.
Adaptação da peça “Galileu Galilei” de Bertolt Brecht numa
produção norte-americana de 1975. A programação com entrada
franca é sempre às 20 horas, na Terreira da Tribo (rua Santos
Dumont 1186). A Terreira da Tribo que sempre ocupou prédios privados
pagando onerosos alugueis se encontra num momento dramático para
conseguir viabilizar a sua existência. “Terreira
da Tribo – Eu Apoio” é uma campanha de apoio coletivo e
permanente que a Tribo lançou na plataforma virtual da Benfeitoria
como forma de manutenção do espaço da Terreira que completa 35
anos de existência na cidade de Porto Alegre. Mais informações em
www.benfeitoria.com/terreiradatribo
.
Galileu
(vivido pelo ator israelense Chaim Topol) foi uma das figuras mais
importantes da história da humanidade. No século XVII foi um dos
responsáveis pela fundação da ciência moderna.
Nesta
adaptação vemos o célebre físico Galileu Galilei comprovar, por
meio de instrumentos e verificação científica, a validade das
teorias de Copérnico. Suas teorias e o trabalho de Galileu fazem ir
abaixo toda uma ordem conceitual que justificava o poder da Igreja
Católica na época. É lógico que as autoridades eclesiásticas não
gostam nem um pouco disso e, mesmo em um primeiro momento comprovando
as teorias de Galileu, optam por mantê-lo calado, por meio da força,
com ameaças
de tortura e morte,
de modo que suas ideias não se espalhem pelo continente europeu.
O
filme, porém, vai além da importância de Galileu, pois mostra os
interesses em jogo, mesmo na ciência: interesses de classe,
materiais e pessoais.
Bertolt
Brecht na sua peça resgata Galileu Galilei, apresentando que algumas
questões, como desconstruir verdades e ser critico ao poder
dominante, não foram superados, pois, o intelectual continua sendo
interrogado por suas decisões e seus pontos de vista. A liberdade,
as condições de vida, o reconhecimento do trabalho intelectual,
são, por muitas vezes, deturpados, não legitimados e muito menos,
aceitos pela sociedade ou pelo poder vigente. Compreender o processo
de construção do intelectual no século XXI e o papel do mesmo
frente a questões de reconhecimento e legitimação, nos leva a
refletir sobre ao autoritarismo do poder e as condições necessárias
de vida e produção acadêmica dos intelectuais. A análise desta
adaptação cinematográfica nos trás indagações sobre a situação
deste grupo neste século e lembra-nos qual é o papel do intelectual
e como ele tem se desenvolvido no tempo.
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