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Na
terça-feira, dia 10 de março, o CineClube da Terreira da Tribo
apresenta a programação “Cinema de Animação: Mulheres fora do
Eixo”, com a exibição de filmes curtas metragens de diretoras de
diferentes partes do país e curadoria de Maíra Coelho e Marina
Kerber, às 20 horas, na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186),
com entrada franca. O CineClube terá programação todas as
terças-feiras de março com exibição de “Édipo Rei' (1967)
de Pier Paolo Pasolini, no dia 17 e no dia 24 com “A Paixão de
Joana D'Arc”(1928) de Carl Theodor Dreyer. Após os filmes haverá
sempre uma roda de conversa. O CineClube faz
parte da programação “Terreira da Tribo Eu Apoio!” - que é uma
campanha de financiamento coletivo e permanente para a manutenção
do espaço cultural Terreira da Tribo, através de uma plataforma
online. As pessoas interessadas em colaborar na campanha podem fazer
uma assinatura mensal no link www.benfeitoria.com/terreiradatribo.
Imagem de "Retirantes", de Maíra Coelho |
Em “Cinema
de Animação: Mulheres fora do Eixo”
serão exibidos os curtas Solo
Anafilático
e
Eu
Prefiro Sem Sementes
de Marina Kerber, no primeira uma forte reação alérgica em
território estrangeiro e no segundo uma mulher não suporta a forma
arredondada de frutas com sementes; em Eu
só sei que foi assim,
de
Giovana Muzzel, o personagem Santiago, melhor amigo de Júlia,
encontra um livro falando sobre a selva e como é a vida lá, e
decide que está na hora de finalmente agir como um tigre e partir em
uma jornada até a selva; no Esqueleto
de
Lívia Koeche, uma mulher estrangeira transgride os limites que não
conhecia e cai, a queda a leva a conhecer sua estrutura primordial; A
Pequena Vendedora de Fósforos
de Kyoko Yamashita, é uma adaptação da obra de Hans Christian
Andersen para os dias atuais, o curta conta a história de uma menina
anônima e moradora de rua, de pobreza extrema, tentando sobreviver
na cidade grande; no Orun
Àyé A Criação do Mundo
de Jamile Coelho e Cintia Maria, o personagem Vovô Birra narra como
os deuses Olodumaré, Orunmilá, Oduduwa, Oxalá, Nanã e Exú
interagem na descoberta dos mistérios do universo; em
Retirantes
de
Maíra Coelho, livremente inspirado na pintura de Cândido Portinari,
conta a história de uma mulher que vaga por terras áridas e
despovoadas sem ter como alimentar seu filho, na estrada estão os
seus iguais, uma procissão que reza por auxílio, crianças,
calangos e uma bandinha de forró que caminha em retirada, com toque
de fantasia, a narrativa revela componentes mágicos lançados sobre
as dificuldades e mistérios de um povo esquecido – o filme mescla
teatro de bonecos, artes visuais, cinema e é ambientado com
elementos peculiares à realidade do agreste e seus fenômenos
universais; e no O
Quebra Cabeça de Tarik
de Maria Leite, o cientista Tarik está bem velho, mas nem cogita a
possibilidade de morrer, se partes do seu corpo já não resistem ao
tempo, ele adapta máquina capazes de as substituírem.
Marina
Kerber é Mestra em Meios e
Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo (USP).
Bacharela em Comunicação - Realização Audiovisual pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Participou do
programa Emerging Leadears in the Americas Program (ELAP) do governo
do Canadá para estudar na Concordia University em Montreal como
intercâmbio de mestrado. Seu trabalho como artista é explorado
através do teatro, do audiovisual e das artes visuais. No teatro,
trabalha desde 2008 no Grupo Cerco como atriz, dramaturga e designer
gráfica com destaque para o mais recente espetáculo da companhia:
Arena Selvagem. No audiovisual predomina seu trabalho com animação,
principalmente na relação entre desenho e fotografia. Já
participou de festivais internacionais (Upto3/Canadá, Monstra
Festival/Portugal entre outros) e nacionais com os curta-metragens
“Eu prefiro em sementes”(2012), “Solo Anafilático” (2011),
“Recheio de Tinta” (2010), entre outros, tendo recebido prêmios
na área.
Giovanna
Muzel da Paixão é quadrinista e animadora, nascida em Osasco, São
Paulo. Foi diretora de arte no curta "Minha Barriga em três
atos"(2018,dir. Amanda Trindade) e diretora do curta
universitário "Amarelo"(2015). "Só sei que foi
assim" foi o seu trabalho de conclusão de curso (Pelotas) o
qual escreveu, dirigiu e animou.
Lívia
Koeche é artista visual, arquiteta, urbanista, animadora,
ilustradora, cenógrafa e produtora cultural. Mestranda em
Poéticas Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul com o Projeto "Projeção
Mapeada em Espaço Urbano: o Despertar do Território em um Sonho
Coletivo", sob orientação da Profa. Dra. Maria Ivone dos
Santos (2018-2020). Pesquisadora integrante do Grupo de Pesquisa
Identidade e Território . Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela
UFRGS em 2017. Artista animadora 2D tradicional formada com bolsa
integral no curso AnimaEdu orientada presencialmente pelo diretor
Otto Guerra e pelo diretor de animação e arquiteto Fabiano Pandolfi
em 2012 na produtora de animação Otto Desenhos Animados.
Jamile
e Cintia (Salvador, Bahia) também comandam iniciativas para o
desenvolvimento de novos cineastas afro-brasileiros em Salvador (BA)
e criaram o Núcleo Baiano de Animação em Stop Motion, voltado para
a promoção do empoderamento social, geração de renda, cidadania e
fortalecimento identitário de jovens negros e negras.
Maíra
Coelho (Porto Alegre) trabalha e pesquisa a linguagem do teatro de
bonecos, cenografia e figurinos para o teatro, cinema e cinema de
animação. Em 1994, cria o O Titeretoscópio, mini teatro de
bonecos em homenagem aos 100 anos do cinema, trabalho inspirado na
caixas de imagens e lambe-lambes originários da Bahia. Cria
cenários e figurinos para teatro e dança, onde recebeu alguns
prêmios na área de dança e teatro infantil. Em 2014, lançou o
curta de bonecos livremente inspirado na obra Retirantes, de Cândido
Portinari, 1944. Projeto contemplado pelo FUMPROARTE – SMC –
PMPA, tendo circulado por mais de 80 festivais, no Brasil e
exterior, sendo ganhador de 23 prêmios. Hoje é
Bacharelanda em História da Arte na UFRGS.
Maria
Leite (Belo Horizonte, MG) é diretora de animação, animadora,
construtora de bonecos, cenotécnica, contrarregra e assistente de
arte com formação em desenho industrial. Iniciou seu trabalho com
as artes no Grupo Giramundo Teatro de Bonecos como construtora de
cenários e bonecos, além de manipuladora nas peças teatrais do
grupo. Como diretora e animadora, se destacou nos premiados
curtas-metragens de animação "Casa de Máquinas" (2007) e
"O Quebra Cabeça de Tarik" (2015). Tem firmado importantes
parcerias desenvolvendo todas essas funções tanto em realizações
autorais, produções nacionais e obras comerciais/institucionais.
"Orquestra Vazia", em desenvolvimento, será seu primeiro
projeto de animação em longa-metragem
Kyoko
Yamashita nasceu no Japão e veio para o Brasil ainda criança na
última onda de imigração. A família de agricultores se instalou
em Ivoti, mas Kyoko gostava mesmo era de desenhar. No início dos
anos oitenta foi trabalhar com animação na Otto Desenhos Animados
onde participou de centenas de filmes publicitários. Para o cinema,
curtas-metragens como"As Cobras" (1985), Treiler (1986), "O
Reino Azul" (1989) e os longas Wood &Stock-Sexo, orégano e
rock'n'roll (2006) e "As Aventuras do Avião Vermelho (2013).
Seu mais recente trabalho foi a direção do curta "A Pequena
Vendedora de Fósforos" (2015) que recebeu o prêmio de melhor
filme pelo voto do público no Festival de Gramado.
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