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Nas
segundas-feiras de março, dias 9, 16 e 23 de março, acontece na
Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186) a primeira etapa da
“Mostra Ói Nóis Aqui Traveiz: Jogos de Aprendizagem/2020”,
sempre às 20 horas, com entrada franca, com distribuição de senhas
a partir das 19 horas. Nesta etapa serão apresentados os exercícios
cênicos “As Alegres Meninas da Rua Quinze”, peça curta de
Carlos Carvalho, e “Fragmento de Teatro I”, peça curta de Samuel
Beckett. As duas peças mostram a solidão e a incomunicabilidade do
ser humano no mundo contemporâneo, vivendo sem esperanças num lugar
ilógico, inóspito, lúgubre e vazio. As cenas foram criadas pela
Oficina Popular de Teatro da Cidade de Canoas, dentro da ação
Teatro Como Instrumento de Discussão Social da Escola de Teatro
Popular da Terreira da Tribo/Ponto de Cultura. Após a apresentação
haverá uma roda de conversa sobre o Teatro de Carlos Carvalho e de
Samuel Beckett conduzida pelo atuador Paulo Flores. A “Mostra Ói
Nóis Aqui Traveiz: Jogos de Aprendizagem” leva à cena as
montagens teatrais realizadas nas diferentes Oficinas da Tribo de
Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.
“As
Alegres Meninas da Rua Quinze” tem no elenco Elizandra de Mendonça
Marques e Janete Costa. Solitárias e confinadas num apartamento,
duas irmãs solteironas vivem para cuidar da mãe, uma matriarca
controladora. Lindaura e Rosaura convivem com seus preconceitos,
amarguras e lembranças do passado e estabelecem ligação com o
mundo exterior através do rádio. O exercício cênico visa
desenvolver a arte do fazer teatral com vigor e humor, criando uma
sucessão de cenas que levam ao público personagens inseridas em um
universo pessoal, mas igualmente universal. “As Alegres Meninas da
Rua Quinze” é uma peça curta de Carlos Carvalho (1939-1985).
Um
dos mais representativos dramaturgos gaúchos das décadas de 1970 e
1980, encontra no drama do cotidiano urbano as fontes de criação
para o seu teatro de denúncia e resistência.
Em
1968, desiste do curso de Jornalismo e inicia o curso de Direção
Teatral do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, participando,
como ator, do um primeiro espetáculo teatral: Homem:
variações sobre o mesmo tema,
escrito e dirigido por Luiz Arthur Nunes. Estreia, como diretor de
teatro, em 1970, com Fim
de partida,
de Samuel Beckett; nesse mesmo ano, inicia sua carreira de dramaturgo
com Colombo,
fecha as portas dos teus mares. É
ainda, no ano de 1970, que Carlos Carvalho inicia sua atividade como
contista, participando da antologia Roda
de fogo,
publicada pela editora Movimento; mais tarde, em 1975, publica o
livro de contos Calendário
do medo. É
a
dramaturgia, no entanto, que apresenta de forma mais significativa a
visão de mundo de Carlos Carvalho. Escreveu Boneca
Teresa,
em 1975; PT
saudações,
em 1976;Pequena
história do homem,
em 1978; O
pulo do gato,
em 1979. Seguem-se a essas peças História
da cobra grande em
1980; Esta
é a sua vida em
1981; Doce
vampiro, Que
se passa, Che? e Berço
esplêndido,
todas em 1982; Escravos
de Jô em
1983; Champagne
para Mãe Tuda em
1984.
“Fragmento
de Teatro I” tem no elenco Raquel Amsberg e Marcio Menezes. Escrita
na década de sessenta, Beckett põe em cena, num canto de rua, dois
inválidos, em vias de decomposição. São: um cego, designado como
A, que arranha seu violino e só se detém para esmolar, voltando,
porém novamente à sua música; e um paralítico, B, que chega numa
cadeira de rodas, movida graças a uma vara. E embora o paralítico
proponha ao cego uma espécie de sociedade – viverem juntos -, isto
é inviável. Não podem ajudar-se; são os eternos carrasco e
vítima, um do outro. O aleijado golpeia o cego, e o cego arranca-lhe
a vara que é seu apoio, sua proteção, reduzindo-o à impotência.
Impossível a amizade. Impossível a ajuda recíproca que seria
benéfica a ambos...É a dificuldade do relacionamento humano,
presente em Esperando
Godot e
Fim
de Partida,
entre outros. Samuel Beckett (1906-1989) nasceu na Irlanda. Foi um
dos principais dramaturgos e escritores do século XX. Nas imagens
teatrais projetadas e textos em prosa, Beckett alcançou uma beleza
simples e eterna visão do sofrimento humano, lançada através da
comédia sombria e do humor. A citação para seu prêmio Nobel de
literatura de 1969 exaltou-o pelo “conjunto da obra que com novas
formas de ficção e de teatro transformaram o desamparo do homem
moderno em exaltação”. A peça Esperando
Godot foi
encenada pelo ator-diretor francês, Roger Blin, em um pequeno
teatro parisiense em janeiro de 1953. O sucesso da peça em Paris
gerou controvérsia internacional e vasto interesse. Encenada em um
palco vazio, com a exceção de uma única árvore, com dois
personagens em um diálogo irrelevante enquanto esperam por um
personagem que nunca vem, a peça provocou hostilidade e confusão.
No entanto, Esperando
Godot
seria
logo apontada como a peça mais revolucionária e influente do século
XX.
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