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É também a partir da Terreira da Tribo que o Ói Nóis Aqui Traveiz vai aprofundar e intensificar a sua pesquisa sobre teatro de rua. O desejo de interferir no cotidiano da cidade, de levar poesia e reflexão surpreendendo o dia a dia de centenas de pessoas das mais diferentes classes, vai levar o Ói Nóis Aqui Traveiz a criar a encenação “Teon – Morte em Tupi-Guarani”, em 1985. Era um ritual de prece aos milhões de indígenas mortos em toda a América. A vida comunitária, a religiosidade, o contato com o homem branco, a doença, a escravidão e o aniquilamento da cultura indígena eram mostrados numa sequência de oito quadros plásticos. Em “Teon” o Ói Nóis Aqui Traveiz prendeu o público pela via sensorial. Em trinta minutos não se ouvia texto, mas se via um conjunto de dança, canto e pantomima. Com a composição das máscaras e indumentárias aliadas à coreografia, os atuadores se transformavam em esculturas vivas e envolviam o público como num sonho.
“TEON – MORTE EM TUPI-GUARANI”
´Teon´ era apresentado como um rito - ´uma prece aos milhões de índios mortos em toda América´. A vida comunitária, a religiosidade, o contato com o homem branco, a doença, a escravidão e o aniquilamento da cultura indígena eram mostrados numa seqüência de oito quadros plásticos. Uma procissão caminha devagar, seguindo o ritmo pausado de um bumbo. Mantos e máscaras vestem os personagens, que carregam cruzes e varas de bambu. A peça inicia com a preparação de um ritual. Reunidos em círculo, os índios dividem o pão e a água. Logo após, cantam e dançam exprimindo gestos de guerra. A cerimônia é interrompida pela chegada de um índio acorrentado pelas mãos. O grande grupo liberta-o, mas ele já não tem forças para reagir e cai aos pés dos companheiros. A tribo emite um lamento de dor e forma, com seus corpos, vários totens. Nesse momento, ouve-se um assovio imitando a trajetória de uma bomba até a sua explosão. Os totens desmontam; os índios caem mortos. No centro da roda resiste uma única índia, que logo é surpreendida por três figuras que saem do meio do público e cercam os mortos com cavaletes e correntes. A destruição está consumada. A velha índia ateia fogo em seu corpo (o gesto é representado pela manipulação de duas fitas alaranjadas com as quais a interprete envolve até tapar a boca). O final da peça era marcado pela cadência do bumbo, que acompanhava o tombo lento e pesado da índia. Com a composição das máscaras e indumentárias aliadas à coreografia, os atuadores pretenderam transformar-se em esculturas vivas e envolver o público com num sonho.
Roteiro e direção: criação coletiva
Figurino e adereços: Arlete Cunha
Máscaras: Isabella Lacerda
Elenco: Adriano Marinho, Alexandre Krug, Ari Sartori, Arlete Cunha, Caio Gomes, Isabella Lacerda, Ione França, Kike Barbosa, Maria Rosa, Paulo Flores, Renan Costa, Tiaraju e Zezinho Moura
Intérpretes em substituição: Antônio Chagas Motta, Adir Kettenhuber, Angel Rojas, Arlete Moraes, Clélio Cardoso, José Carlos Carvalho, Luis Schuch, Marcos Castilhos, Reginalda de Andrade, Ruben Pocequi, Salvador Gutterres, Sandro Reis, Sérgio Etchichury, Silvana Stein, Túlio Quevedo e Zé da Terreira
Estreia: 1 maio de 1985
(Espetáculo de rua)
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