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Questões de Literatura de Língua Inglesa



"Como mudou a nossa visão sobre Caliban?"
Webinar: "Como Mudou a Nossa Visão Sobre Caliban?"
Quando? Dia 04/05/22, às 18h00.
Onde?  https://youtu.be/XF8VQlA1Sv8

A consagração da peça A Tempestade, de Shakespeare, e de seus personagens alegóricos no cânone teatral oferece notável suporte para diversas produções artísticas e intelectuais socialmente comprometidas na América Latina e Caribe. É sobretudo a partir da segunda metade do século XX que artistas e autores como Roberto Fernández Retamar, George Lamming, Aimé Césaire e Augusto Boal propõem reescrituras contra-hegemônicas e decoloniais do original shakespeariano, elucidando precisamente as articulações entre arte e política. Em vista disso, esta mesa de debate visa a apresentar uma breve contextualização histórico-crítica d'A Tempestade, bem como os desdobramentos da peça e a centralidade conferida ao personagem Caliban na versão crítica escrita por Augusto Boal, em 1974.

 Palestrantes

Ricardo Cardoso é doutorando em História Social pela USP, pesquisa com o apoio da FAPESP a postura política e o repertório dramático da companhia Homens do Rei, aquela que teve William Shakespeare como sócio e dramaturgo. Ricardo é pesquisador associado ao Shakespeare Insitute na Inglaterra, onde realizou estágio de pesquisa em 2015 e 2019-sob supervisão do professor sênior da instituição, Martin Wiggins. Entre suas publicações, estão: “Ele é mais feroz que ela: resistência de heroínas shakespeareanas a convenções patriarcais” (capítulo do livro O que você precisa saber sobre Shakespeare antes que o mundo acabe, Nova Fronteira, 2021); “A ambiguidade como princípio retórico em Shakespeare - Muito Barulho por Nada (c. 1598) e Otelo (c. 1604): estudos de caso” (Revista Letras UFSM, 2020); “Discussões sobre papéis de gênero pautam peças na terra natal de Shakespeare” (Folha de São Paulo, 23/12/2019). No âmbito da prática teatral, o historiador trabalhou como consultor e revisor histórico em espetáculos como Nossa Cidade, texto de Thornton Wilder e direção de Antunes Filho; e Sueño, autoria e direção de Newton Moreno. Ricardo também é ator pelo Instituto de Arte e Ciência (INDAC-SP) e membro do Renaissance Drama Research Group, grupo de pesquisas coordenado pelo Dr. Martin Wiggins.


Patrícia Freitas é doutoranda no Departamento de Letras Modernas da USP e idealizadora do Grupo de Pesquisa em Teatro Político (GETEPOL). É coeditora da revista norte-americana Pedagogy and Theatre of the Oppressed e membro do comitê editorial da revista argentina de artes cênicas Teatro Situado. Desenvolveu parte de sua pesquisa de doutoramento na Brown University (EUA) como Visiting Research Fellow com bolsa Capes-Print de Doutorado Sanduíche. É mestra em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo e possui graduação em Letras pela mesma universidade. Foi integrante do Laboratório de Investigação em Teatro e Sociedade da USP, coordenado pelo prof. Sérgio de Carvalho, além de ter atuado como crítica teatral no site Teatro Jornal. Sua pesquisa atualmente versa sobre as Feiras de opinião dirigidas por Augusto Boal.


Tânia Farias é atriz, cantora, encenadora, pesquisadora, figurinista, cenógrafa, artista visual e produtora teatral. Atuadora da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz desde 1994. Em 2018 teve sua biografia “Tânia Farias – O Teatro é um Sacerdócio” de Fábio Prickladnick publicada pelo Festival Porto Alegre em Cena. Organizou com Paulo Flores a publicação do livro “Ói Nóis Aqui Traveiz – Poéticas de Ousadia e Ruptura. Coordena os projetos Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo e o Selo Ói Nóis na Memória, tendo publicado diversos livros.  Publica semestralmente a Cavalo Louco Revista de Teatro do Ói Nóis Aqui Traveiz. Realiza o Festival de Teatro Popular Jogos de Aprendizagem. Como atriz e encenadora da Tribo participou de criações coletivas como Hamlet Máquina de Heiner Müller, Aos que virão depois de nós Kassandra In Process, O Amargo Santo da Purificação, Medeia Vozes, Caliban entre outras. Como encenadora realizou diversos trabalhos junto a projetos da Tribo e também dirigiu Medeia Negra, Clodimar, Procura-se um Corpo – Ação nº 3 (em diversas cidades brasileiras) e Ficções do Interlúdio. Realizou sua Desmontagem Evocando os mortos – Poéticas da Experiência em diversas cidades brasileiras e  também Argentina, Cuba e Portugal. Em 2019 criou, junto com atores pesquisadores a ASA – Atelier Sul de Atuação, onde faz coordenação artística. Recebeu o Prêmio Açorianos por sua atuação em O Amargo Santo da Purificação (2009) e em Medeia Vozes (2013).


Mediação

Daniel Lago Monteiro é bacharel em História (2005), mestre em Filosofia (2010) e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada (2016), sempre pela Universidade de São Paulo. Foi pesquisador visitante junto ao Departamento de Literatura Inglesa da Universidade de Londres, Birkbeck College, (2014) e bolsista Fulbright junto ao Departamento de Literatura Inglesa de Rutgers, The State University of New Jersey (2014-15). Publicou "No Limiar da Visão: a poética do sublime em Edmund Burke" (Editora LiberArs, 2018). Atualmente, desenvolve uma pesquisa de pós doutorado no Institute of Advanced Studies da University College London (UCL) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com bolsa Fapesp, sobre o ensaio inglês e a crônica brasileira do século XIX.