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Mostra de repertório abre as celebrações dos 45 anos do Ói Nóis Aqui Traveiz!



Em um ano repleto de atividades, além da mostra de repertório, que será em março, estão acontecendo oficinas e residências artísticas em territórios culturais da cidade

Muitas são as novidades da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz para 2023, ano em que comemora seus 45 anos ininterruptos de teatro. Os próximos meses reservam lançamento de livro, um museu de artes cênicas, um novo espetáculo de teatro de rua, a organização de um grande seminário virtual que terá participação dos grupos mais importantes de teatro do Brasil, e, ainda, a participação como convidado do festival Tanto Mar, em Portugal. E entre tantas ações potentes, o grupo inicia as Oficinas Populares de Teatro, Oficinas de Teatro de Rua e Jogos Lúdicos Para Crianças (todas com inscrições abertas pelo e-mail terreira.oinois@gmail.com), e segue com as Residências Artísticas nos Territórios Culturais parceiros.

 

PROGRAMAÇÃO / Mostra Ói Nóis Aqui Traveiz 45 anos

Dias 6, 13 e 20 de março, 20h – M.E.D.E.I.A, na Terreira da Tribo
Dias 10, 11 e 12 de março, 20h – Quase Corpos:  Episódio 1 – A Última Gravação, na Sala Álvaro Moreyra
Dias 15 e 22 de março, 20h – Desmontagem Evocando os mortos – Poéticas da experiência, no Teatro de Arena
Dias 24, 25 e 26 de março, 20h - Manifesto de uma mulher de teatro, Teatro Carlos Carvalho na CCMC
Dia 27 de março, 20h – Filme Ubu Tropical, na Terreira da Tribo
Dia 31 de março, 20h – Violeta Parra uma Atuadora!, na Terreira da Tribo
Dia 2 de abril, 17h – O Amargo Santo da Purificação, no Parque da Redenção


TRIBO DE ATUADORES ÓI NÓIS AQUI TRAVEIZ – 45 anos


Mostra de repertório de 6 de março a 2 de abril
Entrada franca


Endereços das salas:
Terreira da Tribo – Rua Santos Dumont, 1186 – São Geraldo
Sala Álvaro Moreyra / CMC – Av. Erico Verissimo, 307 - Azenha
Teatro de Arena – Borges de Medeiros, 835 – Centro Histórico
Teatro Carlos Carvalho na CCMC – Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico


Sinopses:



M.E.D.E.I.A, um solo da atriz Tânia Farias, parte da montagem Medeia Vozes, inspirada na obra homônima de Christa Wolf, que integra o repertório da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. No texto está a versão antiga e pouco conhecida do mito, trazendo uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que é acusada na versão de Eurípedes. Por mais de dois mil anos, Medeia, uma das mais poderosas mulheres da mitologia grega, é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio e o envenenamento de Glauce. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem. Medeia é uma mulher que está na fronteira entre dois sistemas de valor, corporizados respectivamente pela sua terra natal, e pela terra para a qual foge e enxerga seu tempo e sua sociedade como são. As forças que estão no poder manifestam-se contra ela, chegando mesmo à perseguição e banimento, ela é um bode expiatório numa sociedade de vítimas.




‘Quase Corpos: Episódio 1 – A Última Gravação’ é um estudo do teatro de Samuel Beckett que revela a fragmentação do corpo físico, psíquico e das relações sociais. Temas como solidão, sofrimento, fracasso, angústia, absurdo da condição humana e morte são abordados a partir da pesquisa de linguagem e do trabalho autoral que os atuadores desenvolvem. A encenação, versão livre da peça Krapp’s Last Tape, mostra o confronto de um homem de 69 anos com o seu passado. O velho homem escuta num antigo gravador a fita-registro de 30 anos atrás. Escuta sua própria voz narrar extintas aspirações, lembranças de amores perdidos, a morte da mãe, a esperança não confirmada de êxito comercial literário. Memórias de fracassos, declínio e dissipação. Quase corpos é uma encenação coletiva, com atuação de Paulo Flores, figurino e adereços de Tânia Farias, cenografia de Eugênio Barboza e Tânia Farias, iluminação de Clélio Cardoso e Lucas Gheller, sonoplastia e Operação de luz e som de Roberto Corbo.


A Desmontagem ‘Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência’, com concepção e atuação de Tânia Farias, refaz o caminho da atriz na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. Ao seguir a linha de investigação sobre teatro ritual de origem artaudiana e performance contemporânea, a desmontagem de Tânia Farias propõe um mergulho num fazer teatral onde o trabalho autoral do ator condensa um ato real com um ato simbólico, provocando experiências que dissolvam os limites entre arte e vida e ao mesmo tempo potencializem a reflexão e o autoconhecimento. A concepção e atuação é de Tânia Farias e a luz é de Lucas Gheller.




‘Manifesto de Uma Mulher de Teatro’ parte da personagem Ofélia, de um dos textos mais contundentes da dramaturgia contemporânea, Hamlet Machine de Heiner Müller - marcante na trajetória da atriz Tânia Farias. A performance traz ao centro da arena a vociferação contra a engrenagem de violências às quais mulheres são continuamente submetidas. Vozes como a de Violeta Parra, Gioconda Belli e da própria atriz, que ousa contar detalhadamente sua história pessoal de violência sofrida e intercruzar com outra real, a de Magó, bailarina barbaramente violentada e assassinada em 2020, ao qual a atriz presta homenagem. Um ato político contra a violência de gênero, uma nova etapa de construção da reflexão dessa mulher de teatro num momento tão trágico, de autorização de todo tipo de barbárie contra mulheres, negros, lgbtqia+ e tudo o que o conservadorismo dessa elite atrasada considera uma ameaça ao seu projeto de morte, de não corpo e de não felicidade.


O filme Ubu Tropical se utiliza da estética do cinema mudo trazendo elementos da comedia bufa e do grotesco e parte da pesquisa sobre a personagem Pai Ubu, criada no final do século XIX pelo francês Alfred Jarry, e icônica para todo o teatro ocidental influenciando as vanguardas em todas as partes do mundo. Através do olhar crítico da personagem Jarry o filme conta a história de uma "família de bem” que em um domingo ensolarado vai passear no parque para assistir uma exibição pública de desmiolamento. Aqueles que não se ajustam ao sistema ubuesco precisam passar pela Máquina de Descerebrar. O curta-metragem foi criado coletivamente pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, trazendo como protagonistas Tânia Farias (Alfred Jarry), Lucas Gheller (Marceneiro), Keter Velho (Costureira), Clélio Cardoso (Filho) e Maria Inês Falcão (Filha), e mais de 30 atuadores no elenco. A música original é de Johann Alex de Souza.


A performance cênico musical “Violeta Parra – Uma Atuadora” apresenta um repertório que mistura o andino com ritmos brasileiros na voz da atuadora Tânia Farias e do violonista e compositor Mário Falcão. Com esse viés mestiço a performance veste as canções deste ícone da arte da América do Sul. Violeta Parra cantora e violonista desde criança, pesquisou ritmos, danças e canções populares, transformando-se em ponta de lança do movimento da “nueva canción” que projetou a música chilena no mundo. Conhecida no Brasil principalmente pelas composições “Gracias a la Vida” e “Volver a los 17”, seu legado é inestimável para a música engajada latino-americana. Sua história foi contada em 2011 no filme “Violeta foi para o Céu”, do diretor Andrés Wood.




A encenação coletiva “O Amargo Santo da Purificação” conta a história de um herói popular, Carlos Marighela, que a classe dominante tentou banir da cena nacional durante décadas. Na sequência de cenas o público assiste a momentos importantes desta trajetória, desde as origens na Bahia, sua juventude e poesia, as passagens no Estado Novo e suas consequências com o endurecimento do regime, a resistência e a prisão. A vida de Marighela reservaria ainda muito mais luta pela democracia, sofrendo o baque e todas as consequências de uma ditadura militar, onde viveu na clandestinidade, se fez presente como um líder da luta armada, e, ao final, sua trágica morte em emboscada da polícia. O Amargo Santo da Purificação resgata essa história buscando um retrato humano do que foi o Brasil no século XX.



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